O Mercado de Ações Cai Enquanto o Dólar Sobe: Preocupações com o Fed Movimentam o Mercado
Wellyngton Kuhn
15 de outubro de 2024
A volatilidade nos mercados globais se intensifica com a possível ação do Federal Reserve dos EUA sobre as taxas de juros.
Nesta quarta-feira (11), a Bolsa de Valores de São Paulo iniciou o dia em alta, mas a boa maré não durou muito. Em menos de duas horas após a abertura, o Ibovespa e o dólar mudaram de direção, refletindo as incertezas sobre os próximos movimentos do Fed (Banco Central dos Estados Unidos) e sua política de juros.
Abertura positiva, mas breve queda no Ibovespa
A sessão começou com sinais otimistas, porém, o Ibovespa rapidamente inverteu o movimento, caindo 0,16% para 134.528 pontos. A mudança de rumo foi atribuída ao receio dos investidores em relação ao possível corte nas taxas de juros dos EUA, que pode ser menor do que o esperado.
Os investidores apostam que o corte nas taxas de juros será limitado, o que gerou uma retração no mercado. Enquanto o índice brasileiro seguia em queda, o dólar, que iniciou o dia em queda de quase 0,50%, logo começou a subir. A moeda norte-americana registrou uma alta de 0,06%, fechando em R$ 5,658. O dólar turístico também foi impactado, atingindo a marca de R$ 5,86.
Impacto do índice de inflação nos Estados Unidos
Os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos EUA mostraram uma queda na inflação anual, atingindo o nível mais baixo desde fevereiro de 2021. No entanto, o foco do Fed deve se concentrar no núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que exclui os preços voláteis de alimentos e energia. O núcleo do IPC subiu 0,3% no mês, um pouco acima da estimativa de 0,2%, o que pode levar o Fed a optar por um corte mais moderado na taxa de juros.
Essa inflação subjacente em 12 meses ficou em 3,2%, alinhada com as previsões do mercado. Isso reforça a expectativa de um corte de apenas 25 pontos base na reunião do Fed marcada para o próximo dia 18, o que tem gerado um clima de incerteza entre os investidores tanto nos EUA quanto no Brasil.
Consequências para o Brasil e o mercado global
A decisão do Fed impacta diretamente o Brasil. Um corte mais acentuado nas taxas de juros dos EUA poderia favorecer a valorização do real, atraindo mais investimentos para o país e ajudando a controlar a inflação interna. Por outro lado, um corte mínimo teria um efeito menos expressivo, mantendo o cenário de volatilidade no mercado financeiro.
O índice Dow Jones, que serve como termômetro para o mercado dos EUA, também sentiu o impacto das expectativas com o Fed, apresentando uma queda expressiva de 1,70%. Esse movimento reforça a importância da próxima reunião do banco central norte-americano, cujas decisões podem afetar não apenas a economia dos Estados Unidos, mas também a do Brasil e de outros países emergentes.